A importância histórica do Rio de Janeiro para o país é múltipla. O que vai desde o comércio, lar da família real, capital do país e até os dias atuais como grande porta de entrada do turismo brasileiro. Hoje vamos abordar personalidade histórica nascida na cidade maravilhosa: Maria da Glória.
Colonizada em 1º de janeiro de 1502 em uma expedição liderada por Gaspar de Lemos, a cidade foi palco da competição pelo comércio de madeira entre portugueses e franceses, mas foi só em 1º de março de 1565 que Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
A Baía de Guanabara, naquela época confundida com um rio, com sua posição estratégica possibilitou o desenvolvimento de uma zona comercial, incentivando o aumento populacional na região. E mais tarde, na era do dos metais, no final do século XVII e início do século XVIII, a cidade do Rio de Janeiro se torna em demasia importância para o escoamento das preciosidades de Minas Gerais a Portugal.
Em 1808 com a chegada da família real, o Rio de Janeiro fica mais uma vez em evidência. Seu desenvolvimento é mais que imediato, é necessário. Fundamental. Foi nesta cidade que importantes documentos foram assinadas como a Independência do Brasil e a Lei Áurea.
Dito tudo isto, há um fato quase esquecido na nossa história que surgiu no Rio de Janeiro: A única rainha nascida no Rio de Janeiro.
Maria da Glória, primogênita de Dom Pedro I e da Imperatriz Leopoldina, foi uma ariana – amante dos signos do zodíaco vem cá! – nascida em 04 de abril de 1819. Sua Alteza era a Princesa da Beira e do Grão-Pará até se tornar rainha de Portugal com apenas 7 anos de idade!
Vocês sabiam disso?
Portugal foi governado por uma brasileira e ainda por cima, uma carioca. E a gente até simpatiza com Dona Maria II, viu? No início não foi fácil, mas desde quando a vida é fácil para o nascido (ou morador) do Rio de Janeiro? Cariocas, até mesmo da realeza, sofrem.
Quando Dom João VI morre, seu herdeiro Dom Pedro I já era o Imperador do Brasil, sendo inviável voltar a Portugal, por isso ele abdica em favor da sua filha mais velha sob duas condições: o casamento de Maria da Glória com seu irmão D. Miguel e este respeitasse a Carta Constitucional.
O que foi a Carta Constitucional?
Resumidamente era a Constituição que definia o poder executivo nas mãos do Rei, exercido em conjunto com os ministros do Estado; o poder moderador que era da competência do Rei, o chefe da Nação, “competia ao Rei a convocação das Cortes; a nomeação dos Pares do Reino; a dissolução da Câmara dos Deputados; a nomeação e demissão do Governo; a suspensão dos magistrados; a concessão de amnistias e perdões; o veto definitivo sobre as decisões emanadas das Cortes.”, e por fim, o poder judicial referente aos jurados e juízes.
Em 1826, a pequena rainha de Portugal parte em direção a Viena para refinar sua educação, mas nesse mesmo ano seu tio e marido D. Miguel aplica o golpe de estado: D. Miguel, o rei absoluto. Só 7 anos depois, junto ao seu pai D. Pedro, é proclamada a Rainha de Portugal mais uma vez.
Depois de D. Miguel, cujo casamento foi anulado, D. Maria II (posteriomente conhecida como “A educadora” ou “Boa mãe”) casa mais duas vezes, sendo a última com 11 filhos para assegurar seu legado.
Duvido você visitar essa cidade maravilhosa agora sem lembrar dessa personalidade histórica quase esquecida.
Fonte:
- BOLÉO, Luísa. D. Maria II, a Rainha Insubimissa.
- Pesquisadora retraca a trajetória de Dona Maria da Glória, a princesa do Brasil que se tornou Rainha de Portugal. – Rainhas Trágicas, clica aqui.
- Exposição virtual “D. Maria II”. – Clica aqui.
- A única rainha brasileira da história. – Clica aqui.